sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A vida é trêmula até debaixo d'água

(foto: Rafael Saes)
Porque a vida é assim...
Cheia de altos e baixos. Em um mesmo dia é possível sentir inúmeras sensações opostas. A gente pode estar feliz em um minito e no outro cair numa tristeza sem tamanho. A gente pode estar rindo de manhã e chorando ao entardecer. Até a o tempo entra nessa...com aquele belo sol pela manhã e uma chuvinha pela noite que dá aquela vontade de ver um filme ao lado de quem se gosta. O que vale é viver cada emoção intensamente e tirar proveito de todas elas e de todas as situações. Vale lembrar que o guarda-chuva só serve pra tapar a sua cabeça, o resto do teu corpo irá ficar ensopado, isso quando o guarda-chuva não vira com o vento e então adios cabelos secos e chapinhas (interprete como bem entender).

ps: repararam na minha "queda" por fotografia em preto e branco né?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Pura formalidade

(foto: Rafael Saes ~ Copyright © 2009 - Rafael Saes all rights reserved)
Fotografando inúmeras reuniões durante alguns trabalhos comecei a observar como algumas pessoas em determinados momentos/lugares são superficiais. Elas simplesmente estão nos lugares mas não estão, parecem estar perto de você mas estão longe..bem longe , olham pra você mas não te enxergam. Se você clicar na foto acima para vê-la em tamanho maior irá entender. Repare como a maioria do público presente está com seu olhar ou expressão dispersos. Um dormindo, outro olhando pro além, outro olhando para as mãos, um se mexendo, outros olhando para o rapaz que está falando porém nitidamente apenas olhando...sem enxergar, e sim, alguns com uma cara de quem realmente está interessado. Me faz lembrar minha sala de aula na faculdade...aulas e mais aulas e pouquíssimas vezes conseguir ver uma maioria interessada no que estava a sua frente. Eu mesmo muitas vezes apenas estava presente de corpo e olhe lá! É extremamente complicado realizar algo sem vontade, sem paixão, sem ânimo. Mas nem sempre iremos estar onde gostaríamos de estar, nem sempre iremos fazer o que gostaríamos de fazer...só não se pode fazer de sua vida uma vida de desgostos e desânimos. Pura formalidade...Sorria, você está sendo filmado.

sábado, 17 de janeiro de 2009

SP, ou...S.elva de P.edra


(fotos: Rafael Saes)
Esta foto eu fiz ontem na Estação Barra Funda em São Paulo/SP enquanto enfrentava a longa espera de 7h (sim, sete horas) pelo meu ônibus. Não foi a minha primeira vez em sampa mas foi a primeira vez em que passei por lugares que fazem parte da rotina de muita (muita!) gente por lá. Peguei metrô (Patty, valeu por me ensinar a pegar metrô! haha) em horário de pico, fiquei impressionado com a correria das pessoas e com a quantidade de gente diferente que você encontra em questão de segundos. Ao parar nas estações de maior movimento é aquele vuco-vuco de gente saindo e entrando, cada um indo pra um lado, passos largos..bem largos. Pra quem está acostumado com isso parece normal...mas pra quem vê pela primeira vez é realmente de se impressionar. Esperar 7h em um terminal (um verdadeiro "chá de terminal" haha!) teve o seu lado bom. Gosto de sentar em um canto e ficar observando das pessoas, imaginando o que se passa com a vida de cada um..vendo reações diferentes no modo como cada grupo se relaciona. Por exemplo, em alguma hora do dia eu estava sentado e ao meu redor havia uma família (parecia família, mas assim..pai, mãe, filha, neto, sogra...não dava pra saber ao certo). Era mãe correndo atrás do filho pequeno pra lá, pai correndo atrás da filha pequena pra lá, tinha um guri que provavelmente tinha algum problema mental (pelo modo como agia) e ficava indo de um banco pro outro ou brincando com as crianças (provavelmente primos ou irmãos..). A senhora (avó?) ficava observando o guri mais novo bem com aquela cara de vovó coruja sabe? Toda sorridente...o guri vez ou outra parava na minha frente e ficava me encarando (por que as crianças sempre me encaram? um dia eu decubro), então ele saía correndo pra algum lugar aleatório e a mãe gritava pra ele voltar, e dava comida, e dava brinquedo, e dava mais comida...Depois de um tempo eles se juntaram e partiram, novas pessoas sentaram e eu ali...na minha esperava interminável. Sentou idoso, jovem, evangélico com problemas nas pernas (sentou do meu lado e abriu uma bíblia, pela roupa... era evangélico), hippie, branco, negro, "mano", sentou mãe e filha na minha frente e logo levantaram...é gente de todo tipo e pra todo gosto. Bem ao lado havia uma parede com alguns orelhões (foto) onde dava pra observar comportamentos bem distintos também. Teve uma mulher que chamou atenção pois parecia desesperada tentando explicar onde ela estava pra irem buscar ela ou algo do tipo. Eu e Bruna (Bru, valeu pela companhia de quase 3h ..haha!) ficamos olhando praquilo e até rimos, era cômico a mulher batendo o pé no chão e gritando ao telefone.
Quando dizem "que mundo pequeno ein!" não quer dizer que o mundo é pequeno, mas que sempre tem alguém por perto que você ou conhece, ou que vive na sua cidade ou que conhece alguém que você conhece ou alguma coisa semelhante. Eu estava esperando Bruna quando sentou um guri perto de onde eu estava. Eu escutando uma música e só observando as coisas quando o guri levanta e pede pra eu olhar as malas dele pois ele queria comprar água. Depois que ele voltou a gente começou a trocar uma idéia e adivinhe? Ele era de Maringá. Agora pense.. no meio daquela muvuca, justo a pessoa que fala contigo é da tua cidade. Acho bem interessante quando coisas do tipo acontecem. Enfim, não consegui fazer muitas fotos pois realmente estava com medo de ficar com a câmera a mostra, as fotos que fiz foram todas de fininho, quando tava em algum canto onde nem passava tanta gente. Não fiz uma foto que queria ter feito, no metrô, mas um dia eu faço.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Pra refletir

Hoje não venho com fotos...
Sabe a postagem anterior sobre as pessoas que entram em nossas vidas e logo saem e a gente nem percebe? Hoje me aconteceu algo extraordinário...eu ainda vou entender qual a razão disso ter acontecido. Estávamos voltando pra Maringá, eu, meu irmão Danillo e minha cunhada Alessandra. Já era noite, estrada escura, eu muito cansado estava deitado no banco de trás do carro, dormindo praticamente a viagem toda. Estávamos quase chegando em maringá e continuava deitado mas conversando com meu irmão e por algum motivo eu levantei e olhei pra estrada. Vi um vulto bem a frente sabe Deus como e falei "Dan, tem gente na pista cara, tem gente na pista!". Ele realmente não tinha visto, nem a Alê..simplesmente porque não tinha como ver. O que pensar disso? Meu irmão diminuui a velocidade quando eu falei, mesmo sem ter notado o homem, confiou no que eu disse. E confirmado, realmente havia um senhor por atravessar a rodovia, parecia estar bêbado. De alguma forma interferi na vida desse homem e ele na minha e de quem estava comigo. Se um dia eu cruzar com ele na rua sabe o que vai acontecer? Nada...vai passar tudo despercebido. Não vi o rosto dele. O que será que me fez levantar bem naquela hora? O que será que me fez ver algo que era praticamente impossível de ver? São momentos como este que fazem com que eu pense que não estamos sozinhos nesse mundo, por mais que pareça estarmos.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Entre. 1,2,3...Saia

(foto: Rafael Saes)
Um dos meus trabalhos é fotografar eventos. Aniversários, reuniões de negócios, confraternizações...enfim. Tá, aí você pode pensar: "Deve ser chato fotografar evento. Você fica lá - oi, vamos tirar uma foto gente??" É aí que você se engana. O interessante nisso tudo é que você literalmente entra por um instante ao menos na vida de desconhecidos, vê de alguma forma como é a convivência dessas pessoas, troca algumas conversas com uns, alguns sorrisos com outros. É bacana também como as pessoas gostam de ter um fotógrafo por perto pra ir registrando cada momento que ta se passando, engraçado também são os comportamentos distintos. Alguns se empolgam diante da câmera, outros se acanham...e por aí vai. Estranho é imaginar agora que após algumas horas você "sai" da vida daquelas pessoas. Acabou-se o contato, acabaram-se as conversas, acabou-se a troca de sorrisos. As pessoas se cruzam no dia-a-dia e não param pra prestar atenção, simplesmente se cruzam..aleatoriamente. O bom é pensar que em algum momento aquelas pessoas vão se juntar pra relembrar os momentos daquele dia e vão olhar pras fotografias e quem sabe novos sorrisos apareçam, ou lágrimas talvez...quem sabe uma foto não possa resgatar outras lembranças. Sabe quando você lembra de algo a partir de um assunto totalmente desconexo? É bom saber que de alguma forma (mesmo que totalmente indireta) estou afetando positivamente na vida de alguém.